Há anos o mercado vive uma mudança radical nas organizações de trabalho.
Transformações significativas nos comportamentos de responsáveis e
colaboradores modificaram os relacionamentos que atualmente começaram a ser
pautados na confiança transmitida pelo “chefe”. Surge com isso, um
novo modelo de gestão que se faz necessário para o desenvolvimento e
perpetuação das empresas no mercado cada vez mais competitivo.
“O chefe era alguém que não apoiava os subordinados e apenas se
preocupava em dar ordens. A sua meta era de completar as tarefas, destacando
sempre a sua posição de comando”, define o especialista em liderança
corporativa Roberto Monti. “Nem sempre podemos transformar um indivíduo
em líder, mas é possível desenvolver alguns atributos”, destaca o especialista.
Quem é a figura do
chefe?
O chefe é uma figura do passado, ele existe apenas nas velhas e rígidas hierarquias empresariais. Em empresas que ainda não se adaptaram às novas dinâmicas da administração. Em um breve futuro, essa figura tende a desaparecer. Ou ficará entre mandos e desmandos de uma seção obsoleta qualquer. A chefia é uma prática de gestão baseada em valores ultrapassados. É preciso rever conceitos e antecipar tendências à nova prática da administração.
O líder realmente
existe?
A existência do líder se define entre a missão da empresa e a dinâmica das equipes multifunções, com o objetivo de extrair o melhor em termos de capacidade técnico-administrativa dos seus funcionários. O atual líder está presente em todos os momentos: da coordenação à execução das tarefas. Porém, ele permite o desenvolvimento pleno das capacidades de seus colaboradores.
De acordo com as funções básicas de gestão, os líderes devem ter uma visão
coerente com os valores e objetivos da empresa. Deste modo, em suas ações, o
líder garantirá integridade aos negócios, através da sua capacidade de assumir
e gerenciar riscos e tarefas. Também deve delegar funções e responsabilidades e
estar aberto às novas ideias, sugestões e críticas. Pois cabe ao líder realizar
as mudanças em prol dos padrões exigidos na busca pela qualidade total.
Os modelos de
gestão rígidos e hierarquizados tendem a acabar?
Empresas públicas devem rever
este modelo de gestão?
Com certeza essas empresas irão acabar. Elas deverão adotar – e muitas já adotam – um modelo aberto e participativo de gestão como forma de melhorar seu desempenho para atender seus objetivos.
Nos últimos anos
surgiram as equipes multitarefas. O que essas equipes trouxeram de mudanças no
conceito sobre chefia e liderança?
As equipes multitarefas surgiram da necessidade de resolver de forma mais rápida e objetiva algum problema que exigia a participação de “especialistas” em diversas áreas. Desta forma, o líder deve reconhecer a melhor maneira de captar a energia necessária, reativar as forças e direcionar de forma equilibrada e eficaz o trabalho da equipe para atingir os objetivos propostos.
É imperativo ao líder tornar realidade e criar um significado para as tarefas que serão executadas pelas equipes multitarefas. A boa liderança gera reflexos em toda a empresa. Dá ritmo e energia ao trabalho. E com líderes eficientes é possível observar que os colaboradores sentem-se mais valorizados e com a sensação de pertencerem a uma comunidade pró-ativa. Desta maneira o trabalho se torna mais excitante, como um desafio a ser superado.
Quais as
atribuições da nova chefia?
Convém lembrar, que o papel do líder não é apenas o de fornecer respostas para todas as dúvidas e sim de fazer perguntas essenciais para a solução dos problemas. O mundo muda rapidamente e as pessoas necessitam acompanhar estas mudanças. Mesmo empregando diversos estilos, os líderes são consistentes em sua dedicação à empresa e aos padrões de ética e valores.
Roberto Monti
é bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade São
Francisco (USF/SP). Pós-graduado em Marketing pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) e consultor de Marketing & Qualidade.
Co-autor do livro (IN) Fidelidade – Uma Questão de Qualidade.